sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Atividade - Chris (DeLima) e a Oficina de Rima

Postado por Chris (DeLima)
www.myspace. com/delimalaco


O mês Outubro começou bem para a militância do Cojune, o primeiro trabalho foi no colegio Vicente Rijio.
A professora Leila de história foi a pessoa que acompanhou as oficinas de história do hip-hop e oficinas de rimas, essa mesma professora permitiu que no horario de sua aula fosse realizado esse trabalho que se perdurou por 3 dias ( 01 ao 03 de outubro de 2xx7).
O primeiro dia a oficina começou com uma palestra da história do hip-hop, o movimento no Brasil como criamos identidade e aprendemos a valorizar o proximo atraves do movimento, foi também discutido que o movimento serve para o proprio individuo negro conte sua história e que o mesmo reivindica o que sua comunidade precisa, ouve também uma discução sobre o cabelo do negro onde uma garota negra mas com seus traços puxados um tanto pro do europeu com o seu cabelo liso ondulado afirmou: "Graças a Deus eu não nasci com o cabelo ruim que nem o da minha amiga", revertendo a situação consientizei a irmã que o seu cabelo não era melhor e o cbelo de sua amiga não é ruim é crespo e também expliquei porque o seu cabelo era liso ondulado, (eu nem sei se é assim que se fala do cabela dela) as discuções continuaram e o sinal tocou.....
O segundo dia passei algumas atividades para os alunos. A principal atividade foi estimular a leitura e a critica propondo para eles que escreverem um RAP com o tema livre, rapidamente eles se organizaram em grupos de tres e em duplas e começaram a desinvolver o trabalho, aos poucos foram saindo as frases e o tema foi a indignação de todos as desigualdades social e racial. levei um cd de instrumental e ao mesmo tempo que os alunos terminavam se apresentavam com a instrumental de seu gosto. Alguns grupos foram formados depois dessa oficina, que realmente se destacaram foram as meninas e uma japonesa que destruiu pois ela rimava muito bem certissimo dentro da batida fiquei empressionado com a sua força e suas palavras que saiam de sua boca com eloquênciatrabalhou a questão racial de uma forma incrivel, não me recordo o seu nome mas ela é rimadora nata, tem o dom. Outro que se destacou foi um menino que falou sobre a questão social, sobre a exploração do trabalho infantil, do capitalismo, ded sua luta no dia a dia e ainda sobrou tempo pra falar da namorada. Essas crianças que citei são da sexta série e certamente será um grande elo na corrente do movimento.
O terceiro e ultimo dia foi bem produivoalgumas apresentaçoes do dia anterior. Logo depois passei um trecho do dvd dos Racionais Mc`s com a música Negro Drama, depois discutimos a letra da música e muitos ainda escutavam o som só que não interpretavam a história e não enxergavam a afirmação que a letra nos passa. Virou um pequeno debate logo em seguida passei um documentario que também se encontra no dvd dos Racionais Mc`s, o documentario fala sobre o surgimento da periferia e o surgimento dos bailes blacks e do hip hop no brasil foi bem legal que os alunos se prenderam no assunto fizaram uma serie de perguntas e assim obtive bons resultados com os alunos e credibilidade com a diretoria do colégio e com a professora que permitiu que suas aulas fosse direcionada para o assunto.

domingo, 14 de outubro de 2007

COJUNE

José Evaristo Silvério Netto

O COJUNE - Coletivo da Juventude Negra é a construção de alguns pretos e pretas preocupados com o racismo que permeia as relações pessoais, com a situação da população preta e pobre, com os preconceitos e discriminações.


Somos sete pessoas, na maioria envolvidas com outras expressões do movimento negro tais como Hip-Hop, outros coletivos de juventude negra, projetos vinculados a secretarias municipais, e núcleos de estudos afro-brasileiros. Começamos nos reunindo em frente a secretaria de cultura de Londrina, na praça da concha acústica. Ali, sentados nequeles bancos de concretos, e assitidos por todas as pessoas que iam e vinham do centro da cidade, nós discutimos nossas angústias relativas aos preconceitos e discriminações que sofremos diariamente, a situação do movimento Hip-Hop e movimento negro, e sobre o que podiamos fazer enquanto militântes. Imaturos, porém humildes e cheios de disposição, começamos nossas reuniões, em forma de bate-papo, geralmente das 15 às 18 horas, às quintas-feiras.

Não éramos um Coletivo organizado, porque não sabiamos, e ainda não sabemos perfeitamente, o que fazer, como fazer, como nos organizar, contra quem ou o que lutar, enfim. Como um bebê que nasce e chora ao contato com o mundo externo à barriga da mãe, nós estavamos conversando sobre o racismo e seu impacto na nossa vida, e na vida das outras pessoas. Temos que fazer alguma coisa!

O que vamos fazer?
A resposta parecia obvia, e éra o motivo de estarmos reunidos no sol da tarde no meio da praça: vamos ser um Coletivo, vamos nos unir e militar contra o racismo, ajudar as pessoas.

De que forma ajudaremos as pessoas e militaremos contra o racismo e preconceitos?
Conversamos sobre isso, e algumas questões fundamentais foram levantadas constantemente. Chegamos juntos a conclusões interessantes. Teriamos que trabalhar com a disseminação do conhecimento sobre a cultura negra em suas muitas linguagens, africanidades. Seria necessario desconstruir muitos estereótipos, muitos preconceitos. Teriamos que vivenciar a nossa cultura negra, e convidar as pessoas a vinvenciá-la conosco.

Qual seria o público alvo?
Em geral crianças e jovens, pobres e principalmente pretos e pretas.

Como fariamos para atingir essas pessoas?
Atuaríamos junto às escolas públicas periféricas, por meio de oficinas, palestras, atividades culturais, bate-papos, como alguns de nós já fazemos. Também convidando as pessoas para participar das nossas reuniões, fazer grupos de leituras, de discussões temáticas, articulando com outros movimentos de direitos humanos.

Foram inumeras questões, e depois de pensar um bocado, e nos reunir durante aproximadamente cinco dias (cinco quintas-feiras), chegamos a conclusão de que precisariamos ter um local de reunião onde não ficassemos tão expostos. Policiais já estavam agindo com estranheza à quilombagem que constriamos pouco a pouco; volta e meia amigos do Hip-Hop paravam na praça para conversar, aumentando o número de pessoas na reunião, e aumentando conseqüêntemente o número de pessoas pretas na praça, o que causava certo desconforto no centro da cidade; políticos e funcionários da prefeitura nos assediavam ou cercavam, perguntando o que faziamos alí, dando palpites; etc. Mudamos para um novo endereço, o Teatro do Oprimido, um espaço vínculado a secretaria de cultura, mas onde ficavamos em paz para pensar no nosso Coletivo.

A mudança de local foi uma coisa positiva. Deu um tom de seriedade e organização. Após algumas outras reuniões entre quatro paredes (em prédio público e não mais em praça pública), concluimos que para formar um Coletivo teriamos que construir uma ENTIDADE do Coletivo que fosse compartilhada por todos os membros, e que contemplasse nossas experiências de vida, ou seja, o Coletivo teria que ser uma extensão de nós.

Nas próximas reuniões, a próxima será dia 18/10/07, quinta-feira, às 15 horas. Iremos começar a fazer vivências intra-grupo para compartilharmos das experiências de vida de cada membro e formarmos esta Entidade. Cada membro ficará incumbido de ser o orientador de uma atividade temática do seu interesse a ser desenvolvida com os demais pares. Além desta atividade, vamos fazer leituras e discussões sobre textos importantes para formação e informação sobre culturas negras, a problamática do racismo, e outras questões pertinentes a um Coletivo de Juventude Negra. Pretendemos terminar o ano fortes, e começar 2008 atuando em algumas escolas públicas localizadas na periferia de Londrina.

Criamos este espaço virtual para tentar divulgar o que fazemos, na esperança de receber criticas, sugestões, que nos ajude a crescer. Quem sabe até ter a felicidade de conseguir parcerias de luta, o que seria fantástico. Esta é a nossa expectativa.

Axé.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Atitude e Militância - artigo escrito à Afropress

Atitude e Militância
Por: José Evaristo S. Netto - 19/8/2007

Ter atitude “correta” é importantíssimo na militância negra. Na atual conjuntura marcada pelo protagonismo da juventude negra, e pela mobilização dos movimentos sociais pelos direitos humanos, o posicionamento político-ideológico deve estar em sintonia com a atitude, e estarem ambos “corretos”.

Mas o que é ser correto em uma sociedade em crise, onde as universidades se rendem ao mercado? O que é ser correto em uma sociedade onde as escolas de ensino pré-universitário transmitem um saber técnico, automatizado e racista, não tendo competência para lidar com o saber popular? Como conscientizar as pessoas? Ou melhor, que consciência negra queremos e/ou precisamos promover?
Estou iniciando carreira acadêmica investindo no tema Motivação à Prática Esportiva. Muitos profissionais da Educação Física dedicam–se a este tema, principalmente porque é a motivação que determina, senão a plenitude da ação, a intensidade, duração, e a qualidade desta. Neste momento devem estar se perguntando, o que isso tem a ver com a atitude na militância negra? A motivação é a resposta.
De acordo com novas tendências da Psicologia do Esporte, a motivação é categorizada dentro de um continuum de autodeterminação, ou seja, de uma motivação menos autodeterminada (motivações extrinsecamente reguladas), para uma motivação mais autodeterminada (motivação intrinsecamente regulada). As motivações extrinsecamente reguladas são voltadas para ações em resposta a algo externo à atividade, como para a obtenção de recompensas materiais ou sociais, reconhecimento, pressões de outros, ou para demonstrar competência. Já a motivação intrinsecamente regulada é determinada pela satisfação das necessidades psicológicas básicas de autonomia, competência, e de estar vinculado a outras pessoas.
Pesquisadores da área da Psicologia Escolar afirmam que um aluno extrinsecamente motivado busca notas altas, elogios, prêmios, ou não ser punido, e neste sentido, sendo retirada a conseqüência, a motivação para estudar desaparece. Por que vou estudar se, quando passar de ano, não terei aumento de mesada? Pra que estudar, se vou continuar sofrendo o racismo por ser preto, independente de eu terminar o ensino médio, a graduação, o mestrado, ou o doutorado? Pegaram?
Já o aluno motivado intrinsecamente (ou cada vez mais autodeterminado, dentro do continuum) não sofreria de tais conflitos, porque o estudo representaria um prazer pessoal, a possibilidade de crescimento individual, qualitativo. Tenho duvidas com relação à nossa motivação, enquanto militantes negros e negras. Em que “nível” do continuum de autodeterminação a regulação da nossa motivação se encontra, quando militamos? Menos autodeterminado (motivação extrínseca) ou mais autodeterminado (motivação intrínseca)?
Embora ainda inconsistente, a área já contribui, a meu ver, para entendermos o que antes parecia incompreensível: o porquê de tal postura. Na busca de “métodos adequados” de militância, a consciência negra que necessitamos cada vez mais me parece relacionar com a regulação autodeterminada das nossas posturas no movimento negro.